domingo

buracos dispersos



pedaço a pedaço
compomos cristais

empoleiramos uns nos outros
cristais de esperança
vão surgindo
num puzzle que nem sabemos fazer

compomos uns
endireitamos outros

lapidamos cristais finos
transparentes
gotas de água
esperanças molhadas

Lágrimas mascaradas

empoleirados, qual castelo de cartas
com cuidado
passamos entre frestas desses cristais imaginados
com cuidado
seguramos e não os deixamos cair
com cuidado !

construímos paredes de cristais agudos
aguados….

e os cristais estalam
parte-se um aqui , outro acolá
embaciam-se uns
estilhaçam-se outros

desaparecem

voltamos a erguer cristais
mais frágeis que nós
por aqui e por ali
erguemos outras paredes
límpidas

embaciam-se uns
estilhaçam-se  outros…

cristalinos muros
fachadas lavadas…

buracos dispersos

cai a parede sonhada

Teresa Maria Queiroz - Outubro 2011
Foto - Teresa Amaro

3 comentários:

Anónimo disse...

The XXX Stream

Anónimo disse...

Muito bem,

A sua poesia é um grito de ar fresco, porque agita, mostra o caminho,tem beleza no conjunto das ideias.

O poema tem a grandiosidade dos valores éticos.

Gostei

JBS

Unknown disse...

Você escreve muito bem. parabéns!
Um forte abraço.